QUINTO EPISÓDIO
BRAND NEW RIVAL
"UM RIVAL NOVO EM FOLHA"
Íris, Ryan,
Silas e Eu entramos em queda livre. Não tenho a menor ideia do que acabou de
acontecer, mas sei que em alguns segundos nós nos estraçalharemos no chão.
É então que
tenho uma ideia. O bastão que Luna me deu.
Depois que
saímos do castelo de Hades, Luna criou uma espécie de casa com seu cajado
mágico, e dividiu dois quartos. Um para Silas e Íris e outro para ela e eu.
Antes de dormirmos, ela quebrou uma parte do seu cajado e deu-o a mim,
escondendo-o em um compartimento do cabo da minha foice. Ela disse que o pedaço
do cajado só teria força suficiente para realizar cinco feitiços, e que eu
teria de saber quando seria mais vantajoso utilizá-los. Essa situação
claramente é uma emergência.
Solto a foice
das minhas costas e agarro-a no ar. Abro o compartimento com dificuldade por
conta da velocidade em que estamos e pego o pedaço do cajado. Mentalizo a
contagem regressiva até o impacto. Dez. Nove. Oito.
Imagino uma
corrente de ar vinda do chão.
Sete. Seis.
Cinco. Quatro.
Imagino a
corrente de ar ficando mais forte e parando o nosso impacto.
Três.
Imagino-nos
flutuando por um tempo até conseguir sair da corrente de ar.
Dois.
Uma luz verde
sai do cajado em direção ao chão.
Um.
Fecho os olhos.
Zero.
A corrente de ar
é tão forte que nos pára ali, naquele exato momento. Todos nós estamos em
choque por não morrermos de uma forma tão brutal, e depois de alguns segundos
recuperando-nos do acontecido, saímos da corrente de ar e pisamos em terra
firme.
— Como você fez
isso? – Íris pergunta.
— É essa a sua
pergunta? Eu quero saber por que o Ryan voltou à forma humana. – Diz Silas.
— Eu também não
sei. É como se os meus poderes tivessem sido neutralizados ou algo assim.
— Não temos
tempo para enigmas. Temos que procurar por Luna e as meninas. Vamos. – Encerro
a conversa.
Andamos pelos
arredores das ruínas do castelo de Hades e não encontramos nenhum sinal de
vítimas. Não há, literalmente, ninguém por aqui. É então que ouço um barulho
vindo da floresta. Chamo os outros para darmos uma olhada. Saco a minha foice e
fico em posição de ataque. Íris está com uma descarga elétrica nas mãos,
preparada para fritar qualquer um que apareça.
É Zoe.
— Zoe? O que
diabos você está fazendo aqui? Como você se machucou tanto? – Pergunto.
— Morte. – Zoe
responde.
[...]
Depois de
algumas horas de descanso, já ao anoitecer, Zoe conta-nos exatamente o que
aconteceu.
Luna transportou a mim e a Chloe para o castelo de
Hades, e E.D. ficou conosco por um bom tempo. Então ouvimos barulhos de
explosões, rugidos de criaturas. Foi horrível. Um bando de criaturas cinzentas
com asas — Gárgulas. – Disse
Íris, e deixou Zoe continuar a história – começaram
a descer do telhado a toda velocidade, e atacavam os guardas de Hades. Depois,
Morte entrou pela porta da frente com um exército de almas condenadas e nos
atacou. Foi tudo muito rápido, eu não consegui entender direito o que estava
acontecendo. Eu olhei para o lado e vi E.D. lutando com uma das gárgulas em sua
forma de lobisomem, então, por impulso, eu pedi para Luna tirar Chloe dali,
sabe, por sua causa, Chase. Então me vi lutando com várias criaturas ali presentes
até que Morte aprisionou Hades em uma espécie de caixa mágica, e ele voltou
para mim e começou a me espancar. Então, eu apaguei.
— Caixa mágica?
Como ela era? – Silas perguntou.
— Quadrada.
Preta. Pequena. É tudo o que eu sei.
— Isso é ruim. –
Diz Silas, que vai para as ruínas do castelo, seguido por Íris e Ryan.
— Zoe, obrigado.
– Digo.
— Pelo quê? Por
salvar Chloe? Era o mínimo que eu poderia fazer.
— Você se
sacrifica demais por mim.
— Mas é claro
que eu me sacrifico. Você é família. – Diz Zoe. – E, além disso, eu sei para
onde Luna a levou.
— Sabe? Para
onde? – Pergunto.
— Para as
catacumbas. – Zoe me responde.
Decido não
perguntar à Zoe o que são as catacumbas, pois sinto que ela sabe onde esse
local é e sei que ela nos levará até lá. Silas volta com um livro completamente
surrado na mão, Íris e Ryan no seu encalço.
— O que é isso?
– Pergunto a Silas.
— Isso é um
livro que Morte me mandou roubar de Hades algumas décadas atrás. Não foi fácil
entrar no inferno sem ter morrido, mas felizmente, uma bruxa realizou um ritual
que me permitiu entrar aqui por alguns dias. Assim que encontrei o castelo de
Hades, fui diretamente para a biblioteca dele, me guiando por um mapa que Morte
me deu. Então eu achei dois desses livros. Um, eu entreguei à Morte e o outro
eu deixei por aqui.
— E sobre o que
é esse livro? – Zoe pareceu aflita ao dizer isso.
— Faz parte de
um ritual. É algo criado para aprisionar os Deuses, mas em um espaço bem
pequeno. Segundo o que consta no livro, é preciso cinco caixas dessa com um Deus
preso em cada uma delas. Com Hades preso, faltam apenas quatro.
— Na verdade,
faltam apenas um. – Completou Íris. – Morte capturou Poseidon algum tempo
atrás, e uma semana antes de você me encontrar, Chase, eu ouvi boatos que Atena
e Ares haviam desaparecido sem deixar rastro. Meu palpite é que o próximo que
ele tente pegar é meu pai.
— Zeus. –
Terminou Silas. – Isso é ruim. Conseguindo os poderes de cinco Deuses, Morte
será capaz de absorver o poder dos mesmos e usá-los como bem entender. Além disso,
ele será quem dominará seus territórios.
— Se Morte já
tem Hades e Poseidon, então ele já dominou o Inferno e a Terra. Se ele
conseguir pegar Zeus, então ele dominará o céu. – Ryan argumenta.
— E dominando os
três... – Diz Silas.
— Morte se
tornará o senhor do Universo. – Completo.
DIREÇÃO DE ARTE - MÁRCIO GABRIEL, FÉLIX E WALTER HUGO
ESCRITO POR - WALTER HUGO
REALIZAÇÃO - TV VIRTUAL
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.