segunda-feira, 2 de junho de 2014

Império Feminino: Capítulo 19

Capítulo 19: Consequência

Nos capítulos anteriores...

Curiosa para saber o que continha no envelope, Soninha Berenice não perdeu tempo, abriu o mesmo e se surpreendeu, nele continha uma carta de Helena Gouveia, a ricaça que acabara de falecer em um misterioso acidente, e um testamento. Ambos endereçados a ela.

 –Como pode depois de tantos anos essa mulher pode ter nos encontrado? Como ela teve coragem de mandar isso para você? Maldita! –Exclamou Leda.

Encostada na limusine, usando um longo vestido Armani, calçando Prada e carregando nos olhos óculos escuros. Helena espiou por alguns minutos uma mulher que jantava em um restaurante classe baixa, localizado no subúrbio Paulista. Ao lado de Dupré, a empresária estava certa de que aquela era uma de suas netas perdidas.

 –Tem certeza senhora? –Indagou Dupré, espantado.
 –Absoluta, essa é a Esther, a filha roubada do meu menino...

O grande dia chegou e com a ajuda de Denise, Dupré transformou Soninha em uma verdadeira imperatriz. Todos se perguntavam o que aconteceria naquela noite que antecedia a véspera de natal, nos canais televisivos o assunto era o evento beneficente. Aquele assunto havia parado todo o mundo, como no dia da explosão que havia matado Helena.

 –Você está pronta? –Indagou Dupré. –Daqui a dois minutos, eu te chamarei para o palco.

O mundo havia parado com aquela revelação, Soninha estava intacta fitando todos com um olhar incrivelmente idêntico ao olhar de soberania que fora muitas vezes utilizado por Helena. Rachel e Silvana se fitavam constantemente, tentando entender o que acontecia naquele momento. João Pedro se sentiu tão enganado, quanto o resto do mundo, que resolveu esperar até o “espetáculo” acabar. A herdeira usava um vestido Prada legítimo da cor vermelha para combinar com o batom da mesma cor, que a deixava com muito poder. [...]

Em baixo do chuveiro, Wagner e Pedro se amavam incondicionalmente. O que eles faziam, parecia tão proibido e tão bonito, que a cada movimento, a vontade de continuar o ato se tornava mais forte. Ambos exploravam seus corpos de uma maneira tão “suja” ao modo de ver pela sociedade. O toque de ambas as mãos foi muito mais além do que imaginavam. A água quente que caía do chuveiro, apenas contribuiu para tornar tudo mais perfeito. E em um momento de transe, Wagner disse a Pedro, silenciosamente:

 –Eu te amo, espero que quando acordamos no dia seguinte, você possa me perdoar.

Pedro calou a boca do amado com um beijo, que continuou em sua cama e terminou no dia seguinte, quando ambos acordaram entrelaçados um nos braços do outro, incrivelmente apaixonados, porém incrivelmente assustados. Eles haviam acabado de experimentar o sexo proibido e condenado pelas pessoas que faziam parte de suas vidas. Mas absolutamente nada, poderia estragar aquele momento.

 –Pedro eu te amo, eu te amo! –Exclamou Wagner. –Eu sei que é errado e proibido o nosso tipo de amor, mas eu não posso evitar. Me perdoa.
 –Não diga nada meu pequeno. –Pedro aproximou seus lábios dos de Wagner. –Eu tive o melhor natal da minha vida.
 –Pra ser sincero, eu tinha até esquecido que o Natal acabou.
 –Sim acabou, mas o que nós temos está apenas começando.
 –Desde a primeira vez em que você me acolheu e me apoiou quando a minha avó morreu, eu senti algo diferente, eu sabia que você era especial.
 –Vamos fazer valer a pena Wagner.
 –Sim, vamos meu amor.

Decidida a dar um rumo em sua vida de uma vez por todas, Soninha foi atrás de João Pedro, para ter certeza de que ele não estaria em seus planos futuros. Ao chegar ao hotel, ela se deparou com o amado deixando o mesmo, carregando suas malas para o porta-malas do táxi. Sem pensar duas vezes, Soninha desceu de seu carro e tentou intervir na partida de João Pedro.

 –Mais o que você está fazendo aqui? –Indagou João Pedro. –Será que eu não deixei claro que está tudo acabado entre nós?
 –Você precisa me ouvir, eu... –Soninha foi interrompida pelo amado.
 –Não quero explicações Soninha, acabou! Eu não suporto mentiras, e você mentiu, você mentiu para mim, isso destruiu os sentimentos que eu sentia por você.

Como havia acontecido na boate, Soninha e João Pedro estavam cercados de pessoas, que acompanhavam a briga do casal, assim como paparazzis que fotografavam a cena.

 –Não é possível que você não sinta mais nada por mim. –Soninha levou suas mãos até seus cabelos, virou-se para trás e em seguida fitou João Pedro. –Eu te amo e você não pode acabar com isso assim.
 –Eu já acabei. –Respondeu João Pedro, que em seguida entrou no táxi.

Soninha ficou incrédula e imóvel ao ver seu amado partir, as lágrimas que escorriam de seus olhos caiam no chão. A partir daquele momento, Soninha tinha mais certeza do que nunca de que João Pedro não faria mais parte de seu futuro. Ela fugiu dos paparazzis e jornalistas e foi para o salão de beleza, onde Dupré havia marcado uma hora, como a mesma havia pedido.

 –O que iremos fazer dona Sônia? –Indagou a cabelereira.
 –Me deixe diferente, me deixe com cara de Sônia, por que Soninha Berenice não existe mais. –Respondeu Soninha.

Os dias estavam passando muito rápido, faltava pouco para o réveillon e Rachel estava disposta a fazer absolutamente qualquer coisa para se livrar do marido e voltar para o palacete dos Gouveia, para garantir sua fortuna no ano novo que estava chegando. Para tal coisa acontecer, Rachel estava tendo um caso com o farmacêutico que cuidava dos remédios de Joaquim.

 –Você precisa se apressar, logo meu marido está em casa! –Exclamou Rachel ao farmacêutico, que vestia sua roupa após o sexo com a amante.
 –Não se preocupe Rachel. –Disse Magno.

A megera levantou da cama, beijou a nuca de Magno e em seguida ajeitou o nó da gravata dele.

 –Quanto tempo você acha que deve demorar para os novos remédios fazerem efeito?
 –Não muito tempo, esses novos são muito mais fortes, creio que o organismo de seu marido não vai aguentar por muito tempo.
 –Eu sempre tive medo da morte, mas parece que dessa vez ela está ao meu favor. Tenho que admitir, é meio excitante esperar meu marido ter um ataque do coração.
 –Espero que você lembre de mim quando seus planos derem certo.
 –Oh disso você não precisa se preocupar, claro que eu lembrarei.
 –Bom saber.

Alguns dias depois...


Era o primeiro Réveillon de Sônia junto dos Gouveia, e de acordo com Dupré, não poderia passar em branco de jeito nenhum. Todos os milionários paulistanos comemoravam o ano novo no palacete dos Gouveia, até Leda estava na festa. Rachel compareceu com Joaquim para manter a aparência de esposa dedicada e Silvana esperava ansiosamente o filho e o amigo, que mudaram de ideia e iriam passar o Réveillon na selva de pedra, já que haviam passado o natal na cidade maravilhosa.

 –Não é engraçado estarmos nós duas aqui juntas depois de anos? Quem diria hein Silvana... –Disse Rachel à sua prima.
 –Dizem que os fantasmas do passado sempre voltam para nos assombrar de um jeito ou de outro. –Silvana não conseguiu se conter. –Acho que nosso último réveillon juntas foi em Búzios, quando eu e o João Pedro éramos casados e o Wagner era pequeno.
 –Ainda posso me lembrar do lindo vestido vermelho que a vovó usava naquele ano.
 –A vovó... É o primeiro réveillon sem ela, porém é o primeiro com a Sônia.
 –Preferia aturar a dona Helena.

De repente, todos foram interrompidos pela beleza de Sônia, que havia clareado o cabelo e usava o tom louro claro natural. A herdeira dos Gouveia vestia um belíssimo Armani exclusivo todo trabalhado com pedras de diamantes nas laterais, para combinar com o colar que ela usava em seu pescoço. Aquela mulher que descia as escadas possuía um glamour e uma elegância incrivelmente fantásticos. Sônia não parecia mais a mesma pessoa.

Após a chegada de Wagner e Pedro, uma homenagem a Helena começou a ser exibida no telão. Homenagem na qual emocionou todos e minutos após a mesma acabar, o ponteiro do relógio já marcava meia-noite. 2009 finalmente acabava de começar.