Capítulo 16: 25º evento natalino beneficente Gouveia
Nos capítulos anteriores...
“Sei que você deve estar se perguntando o porquê desse envelope e o
porquê da reação assustada de sua mãe. Eu queria poder te contar pessoalmente a
verdade, mas infelizmente não sei o que poderá me acontecer nos próximos dias,
por isso mandei que lhe entregassem essa carta. Antes de tudo não sinta medo,
você é apenas uma daquelas que talvez fará por merecer toda a minha herança.
Soninha, seu nome era Esther, você é a filha sequestrada do meu falecido
primogênito que morreu em um acidente de avião, levada para o subúrbio por essa
mulher que um dia fora minha amiga e se diz sua mãe. Só o que eu posso dizer é
que você é neta de Helena Gouveia e está incluída no testamento da família, que
deve ser lido em breve. A cópia que está no envelope inclui o nome das suas
primas e algumas informações da família e da empresa que você deve saber, mas o
valor só será discutido na leitura do testamento original. Leve essa cópia, está
registrada em cartório, suas primas não poderão te impedir, você é uma legítima
Gouveia.”
Dupré revelou tudo o que girava em torno do
sequestro de Esther a delegada. Inclusive o assassinato de Jardel do Prado, o
caso que ele e Helena mantinham, a troca de identidade de Berenice, a explosão
do avião e a nova vida da herdeira. Dupré deixou Sueli de boca aberta
literalmente. Toda aquela história parecia ter saído de um livro criminalista
envolvendo pessoas importantes, só que era mais do que isso, era real, tornando
tudo mais excitante.
–O evento
natalino anual beneficente realizado pela família Gouveia será um tanto
turbulento esse ano, espero você lá, para assistir de camarote o show. –Disse
Dupré à Sueli, sorrindo. [...]
O que havia começado
em um simples beijo, estava continuando em cima da cama. João Pedro tocava
vagarosamente e delicadamente os seios de Soninha, ainda cobertos pelo sutiã.
Ele podia sentir os mamilos da bela durinhos, devido à excitação momentânea. Em
um impulso só, Soninha tomou todo o controle da situação, deitando sobe o corpo
de João Pedro e algemando as mãos deles na cabeceira da cama, deixando-o
imóvel.
–Eu vou te mostrar do que eu sou capaz de
fazer... –Sussurrou Soninha, no ouvido do amado.
A herdeira beijou os pés de João Pedro, subindo
lentamente, ela tirou a calça e a cueca dele. Desabotoou sua blusa e roubo-lhe
um beijo quente. Em seguida, ela tirou o sutiã e deixou João Pedro sentir o
toque dos seus seios indo e voltando, como um acorde prazeroso e poderoso. Os
rugidos tornavam-se cada vez mais altos a medida que ambos sentiam estar
próximos do orgasmo. Foi preciso apenas um movimento brusco da parte de
Soninha, para fazer João Pedro atingir o orgasmo, soltando um rugido extremo,
fazendo a amada transbordar de prazer. Naquele mesmo instante, Soninha percebeu
que o sexo que ambos haviam feito tinha sido sem camisinha.
–O que
foi? –Indagou João Pedro. –Você não gostou?
–Transamos
sem camisinha... –Respondeu Soninha, nervosa.
Sem pensar duas vezes, Soninha levantou da cama,
tomou um banho bem quente na suíte do quarto de hotel e vestiu sua roupa,
pronta para ir embora. Ela aproveitou que João Pedro havia adormecido, para
sair sem se despedir, apenas deixando um bilhete sem nome dizendo:
“Acho que
estou loucamente apaixonada por você.”
Faltavam apenas dois
dias para o evento beneficente natalino, que sempre fora realizado um dia antes
da véspera de Natal, com a finalidade de arrecadar dinheiro para a compra de
presentes para as crianças brasileiras carentes. Nos arredores da Fábrica,
Dupré estava selecionando os melhores funcionários que seriam homenageados no
evento. O mordomo também mandou um convite para Clarinha Amaral à contra gosto
de Silvana.
–Eu não entendi o motivo de você ter convidado
àquela assalariada do governo! –Exclamou Silvana, com ódio. –Você pode me
explicar?
–Eu
preciso de muita gente nesse evento, algo estrondoso acontecerá e você querendo
ou não, sua ex melhor amiga é uma ótima jornalista. –Respondeu Dupré.
–Parece
ser estrondoso mesmo, por que até emissoras americanas irão comparecer... Eu
quero ver da onde você vai tirar dinheiro para pagar tudo isso.
–A
influência da sua falecida avó paga, ou você esqueceu que esses eventos nunca
foram financiados? Todo o dinheiro arrecadado vai para as crianças.
–Bom, eu
não me meto mais.
–Faz
muito bem, em não se meter... Você deveria era ligar para o seu filho.
Um grande alvoroço acontecia no Aeroporto de
Guarulhos. Fotógrafos, jornalistas, repórteres televisivos e paparazzis
cercavam o vôo 580 da companhia aérea Air Planes International que acabara de
pousar. A celebridade que havia chegado a São Paulo, era Denise Lemos, que deu
um “fugida” do Rio de Janeiro para acompanhar Dupré durante o evento
beneficente dos Gouveia. Ao sair do avião, Denise foi cercada pelos jornalistas
de todos os lados. A atriz estava de “cara limpa”, ou seja, sem maquiagem
nenhuma no rosto, ela usava apenas um óculos escuro para esconder as olheiras.
–A
senhora poderia dar uma palavrinha para as câmeras?
–Dona
Denise, qual é a grande bomba que será revelada no evento?
–É
verdade que seu filho e o herdeiro dos Gouveia são melhores amigos?
Denise retirou o óculos, revelando seus olhos
verdes, sorriu levemente para uma das câmeras e disse:
–Meus
queridos, marcarei uma coletiva de imprensa com todos, mas hoje não, estou
muito ocupada.
Cercada de cinco seguranças negros e bombados, a
atriz conseguiu entrar no carro que foi disponibilizado a ela pela Fábrica de
Lingeries. O motorista dos Gouveia, a levou até um restaurante reservado no
interior de São Paulo, onde Dupré a esperava.
–Denise
minha querida, você está mais linda do que nunca. –Disse Dupré, sorrindo. –Agradeço
que tenha aceitado o convite, finalmente pude conhecê-la pessoalmente.
–Eu é que
agradeço pelos falsos elogios. –Denise não conseguiu conter o humor negro. –Mas
sei que eu estou péssima, que tipo de celebridade fica bonita sem maquiagem?
Nem a sua patroa ficava.
–Antes de
começar, eu gostaria de saber... Por que você aceitou o convite?
–Aceitei
por dois motivos. Primeiro que eu sou uma grande fã da sua falecida patroa e
segundo que meu filho e o Wagner estão se tornando melhores amigos. A
influência da dona Helena me assusta, ela consegue se manter no topo até depois
de morta, não é incrível?
–É
incrível sim.
–Pois
então Dupré, diga, o que você quer?
–Quero
que você me ajude a transformar uma menina em uma dama, sei dos seus truques
teatrais.
–E o que
eu ganho com isso?
–E o que
você deveria ganhar, além de provar ser uma defensora do mundo feminino?
–Me
convenceu.
O grande dia chegou e com a ajuda de Denise,
Dupré transformou Soninha em uma verdadeira imperatriz. Todos se perguntavam o
que aconteceria naquela noite que antecedia a véspera de natal, nos canais
televisivos o assunto era o evento beneficente. Aquele assunto havia parado
todo o mundo, como no dia da explosão que havia matado Helena. No meio do
salão, Silvana e João Pedro se fitavam... João Pedro, ele era a grande
preocupação de Soninha, ela o amava, mas talvez não o suficiente para ter lhe
dito a verdade.
–Você
está pronta? –Indagou Dupré. –Daqui a dois minutos, eu te chamarei para o
palco.
–Pronta
eu nunca estarei, mas se é o certo a fazer... Posso ver minha mãe?
–Sim, vou
chama-la.
Leda subiu as escadas que levavam ao ambiente
onde Soninha se encontrava. Ao entrar, ela parecia ter visto outra mulher em
vez da filha.
–Como
estou mamãe? –Indagou Soninha.
–Você
está magnífica, nem parece à mesma. –Respondeu Leda.
–Não sou
mais a mesma faz tempo...
Antes de chamar Soninha, Dupré pediu que
passassem algumas fotos da família Gouveia no final da década de noventa,
quando os filhos de Helena ainda eram vivos e as meninas pequenas. Nas fotos,
fora mostrado várias vezes, Esther, a herdeira perdida, junto de seu pai e sua
mãe. Uma polêmica já estava começando a ser gerada, todos se perguntavam o
porquê das fotos da menina desaparecida. Então por fim, Dupré ordenou que as
fotos parassem.
–Vou ler
para vocês, uma carta, deixada pela dona Helena a Esther.
“Sei que você deve estar se perguntando o porquê desse envelope e o
porquê da reação assustada de sua mãe. Eu queria poder te contar pessoalmente a
verdade, mas infelizmente não sei o que poderá me acontecer nos próximos dias,
por isso mandei que lhe entregassem essa carta. Antes de tudo não sinta medo,
você é apenas uma daquelas que talvez fará por merecer toda a minha herança.
Soninha, seu nome era Esther, você é a filha sequestrada do meu falecido
primogênito que morreu em um acidente de avião, levada para o subúrbio por essa
mulher que um dia fora minha amiga e se diz sua mãe. Só o que eu posso dizer é
que você é neta de Helena Gouveia e está incluída no testamento da família, que
deve ser lido em breve. A cópia que está no envelope inclui o nome das suas
primas e algumas informações da família e da empresa que você deve saber, mas o
valor só será discutido na leitura do testamento original. Leve essa cópia,
está registrada em cartório, suas primas não poderão te impedir, você é uma
legítima Gouveia.”
Após a leitura da
carta, Dupré percebeu nos olhos de todos a surpresa e a curiosidade para tudo
aquilo. Rachel e Silvana não estavam entendendo nada. No Rio de Janeiro, Pedro
e Wagner não desgrudavam da T.V, que exibia o evento ao vivo, ambos também estavam
chocados. De repente, as luzes do salão foram apagadas, espantando todos, mas
aquilo tudo fazia parte do plano. Apenas um holofote estava aceso, que
iluminava o palco, quando Soninha subiu, espantando a todos, inclusive Silvana
e João Pedro.
–A curiosidade acabou, por que a herdeira
perdida foi encontrada e está mais viva do que nunca. Muito prazer a todos,
Soninha Berenice da Silva, vulga Esther Gouveia.