segunda-feira, 26 de maio de 2014

Império Feminino: Capítulo 16

Capítulo 16: 25º evento natalino beneficente Gouveia

Nos capítulos anteriores...

Sei que você deve estar se perguntando o porquê desse envelope e o porquê da reação assustada de sua mãe. Eu queria poder te contar pessoalmente a verdade, mas infelizmente não sei o que poderá me acontecer nos próximos dias, por isso mandei que lhe entregassem essa carta. Antes de tudo não sinta medo, você é apenas uma daquelas que talvez fará por merecer toda a minha herança. Soninha, seu nome era Esther, você é a filha sequestrada do meu falecido primogênito que morreu em um acidente de avião, levada para o subúrbio por essa mulher que um dia fora minha amiga e se diz sua mãe. Só o que eu posso dizer é que você é neta de Helena Gouveia e está incluída no testamento da família, que deve ser lido em breve. A cópia que está no envelope inclui o nome das suas primas e algumas informações da família e da empresa que você deve saber, mas o valor só será discutido na leitura do testamento original. Leve essa cópia, está registrada em cartório, suas primas não poderão te impedir, você é uma legítima Gouveia.

Dupré revelou tudo o que girava em torno do sequestro de Esther a delegada. Inclusive o assassinato de Jardel do Prado, o caso que ele e Helena mantinham, a troca de identidade de Berenice, a explosão do avião e a nova vida da herdeira. Dupré deixou Sueli de boca aberta literalmente. Toda aquela história parecia ter saído de um livro criminalista envolvendo pessoas importantes, só que era mais do que isso, era real, tornando tudo mais excitante.

 –O evento natalino anual beneficente realizado pela família Gouveia será um tanto turbulento esse ano, espero você lá, para assistir de camarote o show. –Disse Dupré à Sueli, sorrindo. [...]

O que havia começado em um simples beijo, estava continuando em cima da cama. João Pedro tocava vagarosamente e delicadamente os seios de Soninha, ainda cobertos pelo sutiã. Ele podia sentir os mamilos da bela durinhos, devido à excitação momentânea. Em um impulso só, Soninha tomou todo o controle da situação, deitando sobe o corpo de João Pedro e algemando as mãos deles na cabeceira da cama, deixando-o imóvel.

 –Eu vou te mostrar do que eu sou capaz de fazer... –Sussurrou Soninha, no ouvido do amado.

A herdeira beijou os pés de João Pedro, subindo lentamente, ela tirou a calça e a cueca dele. Desabotoou sua blusa e roubo-lhe um beijo quente. Em seguida, ela tirou o sutiã e deixou João Pedro sentir o toque dos seus seios indo e voltando, como um acorde prazeroso e poderoso. Os rugidos tornavam-se cada vez mais altos a medida que ambos sentiam estar próximos do orgasmo. Foi preciso apenas um movimento brusco da parte de Soninha, para fazer João Pedro atingir o orgasmo, soltando um rugido extremo, fazendo a amada transbordar de prazer. Naquele mesmo instante, Soninha percebeu que o sexo que ambos haviam feito tinha sido sem camisinha.

 –O que foi? –Indagou João Pedro. –Você não gostou?
 –Transamos sem camisinha... –Respondeu Soninha, nervosa.

Sem pensar duas vezes, Soninha levantou da cama, tomou um banho bem quente na suíte do quarto de hotel e vestiu sua roupa, pronta para ir embora. Ela aproveitou que João Pedro havia adormecido, para sair sem se despedir, apenas deixando um bilhete sem nome dizendo:

Acho que estou loucamente apaixonada por você.”

Faltavam apenas dois dias para o evento beneficente natalino, que sempre fora realizado um dia antes da véspera de Natal, com a finalidade de arrecadar dinheiro para a compra de presentes para as crianças brasileiras carentes. Nos arredores da Fábrica, Dupré estava selecionando os melhores funcionários que seriam homenageados no evento. O mordomo também mandou um convite para Clarinha Amaral à contra gosto de Silvana.

 –Eu não entendi o motivo de você ter convidado àquela assalariada do governo! –Exclamou Silvana, com ódio. –Você pode me explicar?
 –Eu preciso de muita gente nesse evento, algo estrondoso acontecerá e você querendo ou não, sua ex melhor amiga é uma ótima jornalista. –Respondeu Dupré.
 –Parece ser estrondoso mesmo, por que até emissoras americanas irão comparecer... Eu quero ver da onde você vai tirar dinheiro para pagar tudo isso.
 –A influência da sua falecida avó paga, ou você esqueceu que esses eventos nunca foram financiados? Todo o dinheiro arrecadado vai para as crianças.
 –Bom, eu não me meto mais.
 –Faz muito bem, em não se meter... Você deveria era ligar para o seu filho.

Um grande alvoroço acontecia no Aeroporto de Guarulhos. Fotógrafos, jornalistas, repórteres televisivos e paparazzis cercavam o vôo 580 da companhia aérea Air Planes International que acabara de pousar. A celebridade que havia chegado a São Paulo, era Denise Lemos, que deu um “fugida” do Rio de Janeiro para acompanhar Dupré durante o evento beneficente dos Gouveia. Ao sair do avião, Denise foi cercada pelos jornalistas de todos os lados. A atriz estava de “cara limpa”, ou seja, sem maquiagem nenhuma no rosto, ela usava apenas um óculos escuro para esconder as olheiras.

 –A senhora poderia dar uma palavrinha para as câmeras?
 –Dona Denise, qual é a grande bomba que será revelada no evento?
 –É verdade que seu filho e o herdeiro dos Gouveia são melhores amigos?

Denise retirou o óculos, revelando seus olhos verdes, sorriu levemente para uma das câmeras e disse:

 –Meus queridos, marcarei uma coletiva de imprensa com todos, mas hoje não, estou muito ocupada.

Cercada de cinco seguranças negros e bombados, a atriz conseguiu entrar no carro que foi disponibilizado a ela pela Fábrica de Lingeries. O motorista dos Gouveia, a levou até um restaurante reservado no interior de São Paulo, onde Dupré a esperava.

 –Denise minha querida, você está mais linda do que nunca. –Disse Dupré, sorrindo. –Agradeço que tenha aceitado o convite, finalmente pude conhecê-la pessoalmente.
 –Eu é que agradeço pelos falsos elogios. –Denise não conseguiu conter o humor negro. –Mas sei que eu estou péssima, que tipo de celebridade fica bonita sem maquiagem? Nem a sua patroa ficava.
 –Antes de começar, eu gostaria de saber... Por que você aceitou o convite?
 –Aceitei por dois motivos. Primeiro que eu sou uma grande fã da sua falecida patroa e segundo que meu filho e o Wagner estão se tornando melhores amigos. A influência da dona Helena me assusta, ela consegue se manter no topo até depois de morta, não é incrível?
 –É incrível sim.
 –Pois então Dupré, diga, o que você quer?
 –Quero que você me ajude a transformar uma menina em uma dama, sei dos seus truques teatrais.
 –E o que eu ganho com isso?
 –E o que você deveria ganhar, além de provar ser uma defensora do mundo feminino?
 –Me convenceu.

O grande dia chegou e com a ajuda de Denise, Dupré transformou Soninha em uma verdadeira imperatriz. Todos se perguntavam o que aconteceria naquela noite que antecedia a véspera de natal, nos canais televisivos o assunto era o evento beneficente. Aquele assunto havia parado todo o mundo, como no dia da explosão que havia matado Helena. No meio do salão, Silvana e João Pedro se fitavam... João Pedro, ele era a grande preocupação de Soninha, ela o amava, mas talvez não o suficiente para ter lhe dito a verdade.

 –Você está pronta? –Indagou Dupré. –Daqui a dois minutos, eu te chamarei para o palco.
 –Pronta eu nunca estarei, mas se é o certo a fazer... Posso ver minha mãe?
 –Sim, vou chama-la.

Leda subiu as escadas que levavam ao ambiente onde Soninha se encontrava. Ao entrar, ela parecia ter visto outra mulher em vez da filha.

 –Como estou mamãe? –Indagou Soninha.
 –Você está magnífica, nem parece à mesma. –Respondeu Leda.
 –Não sou mais a mesma faz tempo...

Antes de chamar Soninha, Dupré pediu que passassem algumas fotos da família Gouveia no final da década de noventa, quando os filhos de Helena ainda eram vivos e as meninas pequenas. Nas fotos, fora mostrado várias vezes, Esther, a herdeira perdida, junto de seu pai e sua mãe. Uma polêmica já estava começando a ser gerada, todos se perguntavam o porquê das fotos da menina desaparecida. Então por fim, Dupré ordenou que as fotos parassem.

 –Vou ler para vocês, uma carta, deixada pela dona Helena a Esther.

Sei que você deve estar se perguntando o porquê desse envelope e o porquê da reação assustada de sua mãe. Eu queria poder te contar pessoalmente a verdade, mas infelizmente não sei o que poderá me acontecer nos próximos dias, por isso mandei que lhe entregassem essa carta. Antes de tudo não sinta medo, você é apenas uma daquelas que talvez fará por merecer toda a minha herança. Soninha, seu nome era Esther, você é a filha sequestrada do meu falecido primogênito que morreu em um acidente de avião, levada para o subúrbio por essa mulher que um dia fora minha amiga e se diz sua mãe. Só o que eu posso dizer é que você é neta de Helena Gouveia e está incluída no testamento da família, que deve ser lido em breve. A cópia que está no envelope inclui o nome das suas primas e algumas informações da família e da empresa que você deve saber, mas o valor só será discutido na leitura do testamento original. Leve essa cópia, está registrada em cartório, suas primas não poderão te impedir, você é uma legítima Gouveia.

Após a leitura da carta, Dupré percebeu nos olhos de todos a surpresa e a curiosidade para tudo aquilo. Rachel e Silvana não estavam entendendo nada. No Rio de Janeiro, Pedro e Wagner não desgrudavam da T.V, que exibia o evento ao vivo, ambos também estavam chocados. De repente, as luzes do salão foram apagadas, espantando todos, mas aquilo tudo fazia parte do plano. Apenas um holofote estava aceso, que iluminava o palco, quando Soninha subiu, espantando a todos, inclusive Silvana e João Pedro.

 –A curiosidade acabou, por que a herdeira perdida foi encontrada e está mais viva do que nunca. Muito prazer a todos, Soninha Berenice da Silva, vulga Esther Gouveia.