segunda-feira, 19 de maio de 2014

Império Feminino: Capítulo 13

Capítulo 13: A ressureição do passado em sua melhor forma

Nos capítulos anteriores...

Após sair do brechó das irmãs Silva, Silvana entrou no carro onde deixou suas bolsas plásticas com roupas e se dirigiu até a loja da Louis Vuitton. Ao entrar no ambiente, ela se deparou com Clarinha Amaral levando a bolsa de couro mais cara da loja. Clarinha Amaral, alta, loira, olhos azuis, aparentando ter no máximo uns vinte e cinco anos, com um corpo escultural de dar inveja em diversas adolescentes de dezesseis anos. Aquela mulher foi “amiga” de Silvana, uma traidora que roubou seu primeiro marido. Se Clarinha havia retornado depois de anos a sua vida, era bem provável que seu primeiro marido João Pedro, retornasse das cinzas para lhe atazanar.

 –Clarinha?! Mais que surpresa querida. Ainda naquela vida de roubar homens casados?
 –Sempre irônica... E você, já se casou de novo? Será a sexta vez, não é mesmo?
 –Não sabia que a minha vida conjugal interessava a você... Desde quando Clarinha Amaral é jornalista? Que eu saiba você se sustentava com o dinheiro arrecadado dos seus casos extras-conjugais.
 –Você me paga Silvana...

Uma fila enorme se estendia na entrada da boate Dance Dance Dance!, do lado de fora era possível ouvir a música tocando. Silvana entrou surpreendendo a todos, a perua havia saído do luto e estava pronta para arrasar na pista de dança. A música Hung Up, da cantora Madonna começou a ser executada. De repente todos faziam a coreografia como no clipe, sem perder tempo, Soninha entrou no meio e desbancou Silvana com seus passos de dança. Em mais ou menos quatro minutos de música quando a introdução começou a tocar, um homem moreno, alto, de olhos verdes e um corpo extremamente lindo, caminhou em direção a Soninha. Ele agarrou-a, roubando-lhe um beijo, fazendo com que as outras pessoas se afastassem e ambos ficassem no meio da pista como o centro das atenções. O tal homem era João Pedro, o primeiro marido de Silvana. [...]

Entrelaçada nos braços do desconhecido, Soninha se rendeu aos encantos do homem “perfeito”, sentiu a boca dele colada na sua. Naquele instante os flashes dos paparazzis pareciam não importar, o que a jovem sentia era único, um tipo de força sobrenatural que a puxava para dentro de João Pedro, que mostrou a ela sua pegada de macho. Silvana enxergava aquela maldita cena junto com as outras pessoas que aplaudiam o beijo do casal, os olhos da mulher estavam carregados de lágrimas, aquele homem um dia fora seu marido, viveram dois anos em baixo do mesmo teto, tiveram um filho e acabaram um contra o outro em um tribunal para discutir o divórcio conturbado desencadeado por um caso extraconjugal por parte dele. Silvana limpou as lágrimas e saiu da boate, cercada de fotógrafos e jornalistas que queriam uma “palhinha” em relação a todo o acontecido.

 –Como a senhora se sente ao rever o pai de seu filho após tantos anos?
 –Foi doloroso encontrar João Pedro beijando outra mulher?
 –Wagner sabe que o pai voltou para São Paulo?
 –Calem a boca! –Com os hormônios a flor da pele, Silvana agrediu um dos jornalistas. –Se fizerem mais uma pergunta, eu destruo a carreira de vocês malditos!

O casal que ainda se beijava, foram separados pelas lentes dos fotógrafos. Após cair em si, Soninha descobriu em meio a tanta confusão que aquele homem era o pai de seu sobrinho, desesperada e sem saber o que fazer, ela deixou João Pedro e saiu correndo para a saída da boate. Depois de caminhar durante dez minutos, Soninha sabia que os jornais de amanhã noticiariam a polêmica que envolvia uma das netas de Helena Gouveia, correndo o risco de ter seu rosto revelado em uma das fotos, ela pegou o celular e ligou rapidamente para Dupré.

 –Dupré eu fiz uma das piores besteiras na minha vida! –Exclamou Soninha. –Me perdoa, por favor, me perdoa!
 –O que aconteceu menina? –Indagou Dupré. –Se acalme e fale devagar...
 –Eu te desobedeci e saí de casa, fui a uma boate e por acaso do destino Silvana também estava lá.
 –Continue...
 –O primeiro marido dela entrou e como uma nuvem de fumaça, me pegou desprevenida e roubou-me um beijo, fotógrafos e paparazzis vão vazar essa polêmica amanhã. Todos saberão o meu rosto antes do tempo!
 –Meu Deus o que foi que você fez?! Eu te disse pra não sair de casa, mas é tão teimosa que me desobedeceu e agora está em um mato sem cachorro.
 –Acabou não é?
 –Não... Volte pra casa, deite a cabeça no travesseiro sossegada, eu darei um jeito na situação.
 –Como?
 –Só faça o que eu mandei... Tenho que desligar, Silvana virá falar comigo.
 –Obrigada Dupré.
 –Agradeça me obedecendo!
 –Farei...

O barulho da limusine entrando no palacete, fez com que Dupré esperasse uma de suas protegidas na porta de entrada. Ao passar pela porta, Silvana tirou os óculos escuros e abraçou Dupré, sem derramar uma lágrima, mas gritando por dentro. Ambos subiram as escadas e foram para o quarto dela. Silvana entrou em seu banheiro, retirou a maquiagem do rosto com água e em seguida deitou na cama, com a cabeça sobre o colo de Dupré.

 –Você já sabe? –Indagou Silvana. –É obvio que sabe...
 –Não se preocupe, darei um jeito nos jornalistas. –Respondeu Dupré. –Definitivamente, não precisamos de um escândalo nesse momento.
 –Está fazendo isso pra proteger a mim ou a reputação da família?
 –Estou fazendo isso por você e pelo Wagner. O menino deve viajar em paz e você deve esquecer o João Pedro de uma vez por todas.
 –Aquele homem é um canalha! Entrou na boate e agarrou uma mulher, ele sabe que eu frequento aquele lugar.
 –Ele também sabe que você ainda o ama.
 –Não sei mais o que fazer Dupré... Os acontecimentos nesses últimos meses andam sendo muito difíceis de aceitar.
 –Você irá superar.
 –Com o meu filho longe de mim durante o Natal e réveillon?
 –Pense nele e esqueça essa noite. Se o Wagner é tão importante para você, esqueça o João Pedro. Não por você, mas sim pelo seu filho, que sairá ferido quando souber que o pai está de volta.
 –Farei Dupré, farei...

A turbulenta noite paulista estava longe de acabar. Rachel ficou sabendo do escândalo através de um de seus amantes, que tirou fotos amadoras do “casal 20”. Deitada sobre o corpo ereto de Alcides, a estilista beijava a nuca dele, sentindo todo aquele volume dentro de si. Após o sexo, ela queria detalhes de tudo, até das partes mais sórdidas.

 –João Pedro entrou mais bonito do que nunca e agarrou a primeira que viu dançando. –Disse Alcides. –O beijo foi incrivelmente intenso, parecia coisa de cinema.
 –E a minha prima? –Indagou Rachel. –Como ela reagiu?
 –Silvana agrediu alguns paparazzis, ela ficou totalmente fora de si... A parte da agressão foi a melhor, por que eu consegui fotos.
 –Mesmo Alcides?
 –Sim, querida.
 –Eu vou ganhar na loteria se essas fotos vazarem.
 –E eu, o que ganho?
 –E o que você quer?
 –Sexo.
 –Nem precisava pedir.

Antes do amanhecer, Dupré conseguiu fazer com que todas as revistas de fofocas desistissem da publicação do escândalo na boate Dance Dance Dance!, envolvendo Silvana e Soninha, dando uma boa quantia a ambas... Claro que algumas desconhecidas, não aceitaram e alegaram publicar a matéria, porém não tinham recursos o suficiente para saberem quem era Soninha e seu público alvo era pequeno. Depois do feito, o mordomo ligou para uma de suas protegidas.

 –Fique tranquila, eu consegui contornar a situação. –Disse Dupré, a Soninha. –Amanhã ninguém saberá o que aconteceu, a não serem as pessoas que viram.
 –Obrigada Dupré, muito obrigada. –Agradeceu, Soninha.
 –Tudo bem minha querida.