CAPÍTULO 43
Lex escutou toda a explicação, mas ainda não acreditava. E o pior: não sabia se ficava triste ou se se alegrava. A verdade que Dantas não lhe dissera é que de fato, há três dias atrás, o terraço havia sido invadido pelos zumbis, mas já então, Daniel tinha a cura consigo e um revolver equipado com balas adaptadas para aplicá-la em qualquer pessoa.
Enquanto
Dantas tentava convencer Jack do plano para libertar a fortaleza, o terraço da
Fortaleza foi tomado pelos zumbis.
Os
Snipers mataram muitos dos zumbis, mas então, para defender a pequena Cindy, Jack
entrou numa luta corpo-a-corpo com um morto-vivo e foi mordido e infectado.
Foi
então que Dantas aplicou-lhe a cura, atirando em seu ombro. Jack convulsionou,
sentindo fortes dores, principalmente no local em que fora atacado, mas em
poucos minutos percebeu que não mais se tornaria um zumbi, confiando finalmente
no plano de Dantas.
Lanister
havia desenvolvido a cura para restaurar o corpo recém infectado e para
deteriorar o corpo de um zumbi infectado a mais de três horas. E isso era
instantâneo, mais eficaz do que gastar centenas de balas tentando atingir o
crânio. Isso fez com que Dantas e Trevor dominassem situação da fortaleza em
menos de 5 horas. As pessoas recuperadas foram encaminhadas para o supermercado
e Trevor e Abril ficaram na fortaleza para preparar os explosivos e esconder os
milhares de corpos inanimados que haviam coberto o chão da fortaleza.
Instalados
os explosivos, constataram que não havia nenhum detonador disponível, então,
alguém teria que fazer isso manualmente. Como líder da fortaleza, Jack não
queria que ninguém mais explodisse seu lar, além dele mesmo. E por saber que
iria morrer, no fim, Jack pediu que Dantas dissesse a Lex que ele havia de fato
morrido, pois sabia que ela poderia tentar impedi-lo.
-
Ele fez isso? – perguntou Lex, no final de toda a explicação de Janaira. –
Ele... ele pediu para não me contar?
Lex
não sabia exatamente o que pensar. Jack estava vivo e isso era o que importava.
Seu querido Sr. Trevor estava vivo, mas não sabia o que mais isso significava.
Deveria sentir raiva dele, mas achava mesmo que se soubesse que Jack estava
vivo, prestes a explodir a fortaleza, Lex não resistiria e tentaria impedí-lo.
-
E Lanister? Meu Deus, ele parece maluco algumas vezes, mas é um gênio, não é? –
falou Lex, orgulhosa do velho cientista.
-
A genialidade de Lanister foi tanta que quando tomamos a cura, nosso corpo
elimina por algumas horas uma toxina que afasta os zumbis. É por isso que não
há nenhum zumbi por perto. Mas há guardas na torre agora e se algum zumbi se
aproximar, nós estaremos a salvo.
-
Mas... Se Lanister já tinha a cura, por ele precisava do meu sangue? Foi pra
isso que eu fui para a Cidadela, de qualquer forma.
-
A cura é temporária. Fica no sistema durante 24 horas e depois o efeito acaba.
Se você consegue se recuperar nesse tempo, ótimo, se não, você simplesmente se
transforma num zumbi. E mesmo que você se cure, se for novamente atacado e
infectado, terá que tomar novamente a cura. Isso é problemático, Lex, porque
faz de você...
-
Um bem consumível... – completou Lex, sentindo-se estranhamente usada.
-
Janaira, Lex... – disse a Dra. Melanie, entrando na enfermaria. – Casper,
Dantas e... – médica olhou para Lex
antes de completar – ...Trevor já chegaram. Vamos fazer uma reunião agora, no
salão do jantar.
-
Vamos? – perguntou Janaira, olhando para Lex.
-
Vá indo... eu... eu vou atrás de você! – disse Lex, esperando ficar a sós com
Lizzie. Ela acariciou a palma da irmã
mais nova e afagou seus cabelos na esperança de poder fazê-la voltar a si, mas
ela parecia mais interessada em contemplar o teto. A morte de Briam havia sido
demais para ela, sem dúvida. Lizzie já havia sofrido demais. Também não poderia
culpar Briam. Lex sabia o que era ficar fora de si, fazer coisas que não faria
normalmente. Maldito Abraham, maldito Brandon. Ambos eram malditos usurpadores
de almas. – Vai ficar tudo bem, Lizzie... você vai superar isso...
Desanimada
por não conseguir despertar Lizzie de seu torpor e ver de fato como ela estava,
Lex levantou-se e se encaminhou para o Salão de Jantar. Antes de abrir a porta,
respirou fundo, pois sabia o que viria a seguir.
Aqueles
olhos azuis foi a primeira coisa que viu ao adentrar o lugar e desviou o olhar,
fingindo prestar atenção em seus próprios botões.
-
Srta. Paris... venha, junte-se a nós! – disse Dantas, sentado ao lado de Jack
que ocupava a ponta de uma das enormes mesas.
-
Você está bem, Daniel? – disse Lex, aproximando-se de Dantas. Ele estava com a
perna enfaixada e fora algumas escoriações no ombro e na testa, estava bem.
-
Sim... foi uma sorte eu ter escapado. Infelizmente perdi meu helicóptero, o
Jango 9.
-
Sinto muito! – disse Lex e levantou os olhos para Jack Trevor que não parava de
fita-la.
-
Sente-se, Alexia! – disse Jack, apontando o lugar ao seu lado, em frente a
Dantas.
Ela
era a última da mesa. Ao lado de Dantas estavam Danielle, Hermes e Lanister. Ao
lado de Lex estavam Casper, Janaira e Melanie.
-
Bem... agora que Alexia chegou... – começou Jack, parecendo extremamente
cansado. – ...podemos conversar. Visto
que nosso plano de rebelião deu errado, precisamos discutir nossas opções.
-
Vamos de plano B – falou Casper, tão exausto quanto Jack parecia. – Não é
melhor opção, mas é a única que temos no momento.
-
Plano B? – perguntou Lex, sem entender a ideia.
-
O Dr. Lanister precisava do seu sangue para fabricar a cura em larga escala,
para o caso de algo dar errado no plano original de rebelião. – informou Dantas. – Pensamos em fazer três
grupos diferentes. Dois grupos, um liderado por mim e outro por Casper, levarão
cada um, um dos malões de Lanister para o nosso uso. O terceiro grupo, liderado
por Jack, levará você e o senhor Lanister.
John Casper ficará na Trevor & Associados tanto quanto ele puder,
embora eu ache que seja suicídio permanecer lá, como um alvo fácil.
-
John não quer sair de lá! – explicou Casper.
-
Vamos fugir em comboios e passaremos no Supermercado para dividirmos as pessoas
de lá em três grupos e então, podermos fugir. – Continuou Dantas – eu sugiro
que Jack fique a salvo no abrigo do... do casarão! É a única forma de mantermos
a fonte da cura a salvo.
Com
a “fonte da cura”, Dantas queria dizer “PARIS LANISTER”, pensou Lex, aborrecida
por ter sido reduzida àquele ponto.
-
Sim, concordo com esse plano. É primordial mantermos Alexia e Lanister em
segurança. – disse Jack, alisando seus cabelos negros com uma das mãos. – Vamos
decidir como dividir os recursos...
-
Espere! – exasperou Lex. – E os escravos da Cidadela? O que vamos fazer a esse
respeito?
-
Não há o que fazer a esse respeito, Srta. Lanister! – falou Danielle,
visivelmente derrotada. – Arriscamos nossas vidas e seremos perseguidos por
Smith para sempre. Nós tentamos e falhamos. E agora o que precisamos fazer é tentar
manter nossos pescoços a salvo.
-
Não, eu não aceito isso! – falou Lex, esmurrando a mesa com os punhos fechados.
– Desde que tudo isso aconteceu, nós temos só reagido às coisas,
defendendo-nos, encolhendo-nos e aceitando o fato de que somos impotentes para
lidar com tudo isso.
-
Bem... nós somos! – falou Dantas.
-
Não, não somos! – replicou ela. – Olha... diante da menor ameaça Abraham Smith
recolheu a maioria dos agentes para guarda-lo, enquanto reagrupava. Só
conseguimos sair de lá por essa causa. E
isso nos diz muita coisa, não é?
-
Onde você está querendo chegar? – perguntou Jack, franzindo o cenho.
-
O que estou querendo dizer – respondeu Lex, sem conseguir sustentar o olha de
Jack - ...é que nós estamos achando que Smith vai atacar, quando eu acho que
não vai. Ele vai esperar Brandon assumir a segurança e só então vai querer
atacar, procurar por Lanister e eu. Então, eu acho que ao invés de fugir, o que
devemos fazer é o inverso: vamos atacar. Um ataque sutil e estratégico.
-
Sete pessoas contra... o que... setecentas? – perguntou Dantas, olhando
incrédulo para ela – Vamos, Srta. Lanister. – Jack Trevor me contou que a
senhorita tinha uma certo talento para a arte da guerra. Como pensa em vencer
essa batalha?
Lex
olhou de soslaio para Jack. Ele disse que ela tinha talento para guerra? O que
isso queria dizer?
-
Que tal um milhão e sete contra setecentas? – falou Lex, desafiando Dantas que
sorria. – Você mesmo disse isso. Que os escravos lutariam por nós, pela sua
liberdade.
-
Isso foi no plano A, Paris! – falou Dantas. – Olha, não quero desanimá-la. Mas
aquele povo tem sido catequizado para sentir medo. Eles não vão se rebelar, não
por sete pessoas sem nenhuma arma.
-
Abraham também perdeu as armas. – falou Lex, tentando defender seu ponto de
vista.
-
E como pensa em fazer isso? – perguntou Danielle. – Tivemos sorte de sair de
lá, garota. Se retornarmos, vamos encontrar os portões reforçados e os agentes
em alerta. Eu concordo que Abraham não deve atacar imediatamente, mas isso só
nos dá tempo pra fugir e não pra atacar.
-
A Cidadela deve possuir alguma fraqueza, algum ponto em que seja possível
penetrar sem chamar muita atenção.
-
Não há nenhuma chance de... – Danielle iniciou, mas foi impedida pelo irmão.
-
Espere! - disse Dantas, levantando uma
mão. – O Órgão Central! Abraham mandou que construíssem uma saída subterrânea,
caso fosse necessária uma saída de emergência. O túnel subterrâneo é conectado
ao 50º andar por um duto. Só que a entrada fica no meio do deserto e é blindada
para resistir a uma bomba nuclear. Duvido que, mesmo que usemos todos os
explosivos instalados na fortaleza, tenhamos algum sucesso em fazer algum
arranhão...
-
Mas eu tenho a senha! – falou Lanister, meio fora de si, meio focado. – Eu ainda
fazia parte da mesa de diretores das Industrias Lanister quando Abraham
construiu o Órgão Central e comunicou a senha.
-
Abraham já deve ter trocado a s...
-
Não, não trocou. – insistiu Lanister, olhando para Lex, como se sentisse
importante por tentar ajuda-la. – Eu conheci o engenheiro que construiu e
instalou o túnel. Quando ele começou a ficar desconfiado de todo o projeto,
Abraham mandou mata-lo e nenhum engenheiro o substituiu, pois Abraham não
queria que alguém o denunciasse, então, eu sei que a senha é a mesma.
-
Uhm... – falou Dantas. – Tudo bem, digamos que consigamos nossa entrada para a
Cidadela. Ainda sairemos no Órgão Central e isso não ajuda muito para libertar
os escravos e fazer uma rebelião.
-
Mas eu tenho uma ideia. – dessa vez, foi Danielle quem tomou a vez. – O “Painel
de Controle”!
-
Sim, o Painel de Controle fica no 9 andar – informou Dantas e como ninguém mais
entendeu a referência, ele adicionou. – O “Painel de Controle é um sistema de
monitoramento que controla todas as câmeras da Cidadela. Algumas trancas
eletrônicas também podem ser ativadas e desativadas pelo Painel de Controle.
-
Se conseguirmos tomar o Painel, teremos os olhos e os ouvidos da Cidadela e
ainda poderemos abrir todos os Pavilhões de uma única vez no momento certo. É a
nossa única chance. – adicionou Danielle, começando a gostar do plano.
-
Mas como vamos fazer para chegar até o Painel de Controle. Se realmente, eles
controlam as câmeras, é possível que os agentes de lá percebam a nossa entrada.
– replicou Jack.
-
O Tunel não é monitorado – falou Danielle. – Eu sei porque eu costumava
trabalhar lá. E os agentes que ficam monitorando as câmeras não prestam muita
atenção nas câmeras internas. Principalmente hoje, seus olhos estarão voltados
para as câmeras externas. E temos roupas da Cidadela no meu jipe. Acho que um
ou dois macacões, mas se agirmos como agentes de Cidadela, os guardas do Painel
de Controle podem não perceber nossa presença. – falou Danielle - Eu posso
fazer isso. Assim que eu invadir o Painel de Controle, se estivermos todos
conectados, eu poderei guia-los.
-
Você está machucada...! – falou Dantas, preocupado com a irmã.
-
Eu posso ir com ela. – falou Janaira. – Não sei muito bem lidar com uma arma,
mas posso fazer isso.
-
Ok, digamos que tenhamos assumido o Painel de Controle, e daí? – colocou Jack,
tentando compreender o plano.
-
Libertamos os escravos e lutamos... não há mais nada a fazer, além disso! –
disse Lex.
-
E se eles não quiserem lutar? – replicou Casper.
-
Então terá acabado. – falou Lex. – E eu prefiro isso a ter que fugir e
lentamente definhar, seja pela ameaça dos zumbis, pela fome ou Abraham e o
exército da Cidadela. Aqui na fortaleza, ou fora dela, não somos melhores do
que aqueles escravos. Somos escravos do medo. E Abraham sabe disso e quer
eternizar isso. Só seremos livres no dia em que Abraham cair...
Quando
Lex acabou de falar, todos ficaram quietos, pareciam estar pensando em todo o
plano e na possibilidade de ele não dar certo. Ela sentia-se nervosa porque se
eles aceitassem, haveria apenas dois finais para a história: a libertação ou a
condenação e ela seria a culpada por isso. Mas, se pelo contrário, eles não
aceitassem aquela ideia, então, toda a coisa não estaria muito melhor. Ela
estava cansada de fugir e havia feito uma promessa àqueles escravos. Não sabia se poderia viver consigo mesma se
não pudesse cumpri-la. Quando achou que ninguém jamais falaria naquela mesa,
percebeu que Jack movimentou sua mão em sua direção e cobriu a sua.
Uma
estranha sensação percorreu seu corpo com aquele toque e levantou seus olhos
para os dele. Havia alguma coisa neles,
alguma coisa que ele queria dizer. Em seguida, seus lábios se abriram e as
palavras simplesmente saíram.
-
Então, está feito! Vamos fazer isso.
Os
detalhes do plano ficaram prontos mais de meia hora depois e embora todos
estivessem nervosos e ansiosos, havia ficado no ar um fagulha de esperança.
Antes de a noite terminar estariam todos livres de uma vez por todos, ou eles
seriam aderidos ao conjunto de escravos da Cidadela, ou até mortos. De qualquer
jeito, o suspense terminaria e isso já trouxe alguma felicidade.
-
Acho que precisamos descansar um pouco. – falou Jack, quando já estavam todos
cansados. – Há mais quartos do que gente, então, cada um procure algum lugar.
Vamos descansar por três horas. Até lá, o sol se porá e poderemos agir. – Quando Lex estava prestes a se levantar
como os outros, Jack adicionou – Alexia, nós poderíamos conversar um pouco?
Lex
piscou várias vezes, sem saber o que dizer ou fazer, mas assentiu com a cabeça.
Quanto
todos saíram do aposento, Jack se aproximou e segurou novamente sua mão.
-
Alexia... eu... eu nem sei por onde começar.
Lex
não conseguiu se controlar e se enrolou nos braços dele, enfiando seu rosto em
seu peito, entregando-se aquela paixão que devorava sua alma, pelo menos por
alguns segundos, sentindo as mãos de Jack em suas costas, acariciando seus
cabelos. Um minuto depois, Lex se afastou dele e manteve uma distância segura
entre os dois.
– Acho que, no mínimo, eu lhe devo um pedido
de desculpas. – ele disse, estranhando o fato de ela ter se afastado dele.
-
Não é necessário, Sr. Trevor. Eu entendo – respondeu ela, sentindo-se
emocionada. Precisava controlar a si própria. Havia coisas demais entre eles e
Lex precisava agir racionalmente, agora. – Estou feliz pelo senhor estar vivo e
bem.
-
Sr. Trevor? – perguntou ele, percebendo a distância que Lex estava tentando
colocar entre os dois.
-
O senhor fez tudo o que fez para me salvar.
Eu não teria saído da fortaleza se você não tivesse dito tudo o que
disse. E certamente, eu teria tentado impedí-lo de explodir a fortaleza se eu
soubesse que o senhor estava vivo. Eu entendo, Sr. Trevor. Entendo
perfeitamente e agradeço.
-
Pare, Lex... não faça isso. Não me chame de Sr. Trevor. Não me afaste dessa
forma. Brigue comigo, diga tudo aquilo que eu mereço ouvir, mas não faça
isso. Essa pode ser a nossa última noite.
E eu não quero esteja magoada comigo.
-
Eu não estou magoada. – replicou Lex. – Na verdade, acho que a culpa foi toda
minha. Eu insisti com isso. Eu quis conquista-lo. Quis ser sua. E, bem, sejamos
honestos, com a população mundial reduzida, não havia muita competição, não é
mesmo...
-
Vá pro inferno, Alexia! – falou Jack e Lex sabia que ele estava irritado. –
Você sabe o que eu senti por você. Enquanto o mundo todo desabava, o meu mundo
ficou colorido no minuto em que você cruzou os portões da fortaleza. Eu te amei
desde o minuto em que vi você na mansão Lanister. Desde que apontei aquela arma
a você. Eu não pude matá-la, então. Eu
nunca amei minha falecida esposa como amei você. Eu não quis que você
sobrevivesse só porque você é um recurso, a fonte da cura. Eu quis salvá-la
porque não posso imaginar o mundo sem minha Alexia.
Jack
se aproximou mais ainda, mas Lex deu um passo para trás.
-
O que é isso agora, Alexia?
-
Você me quis longe, só estou cumprindo suas ordens! – replicou Lex.
-
Alexia...
-
Sabe, eu deveria estar morta. Se eu tivesse morrido há vinte anos atrás, se
Lanister não tivesse criado o vírus que me salvou, nada disso teria acontecido.
Então eu tenho que carregar esse fardo. Essa consciência de que tudo isso é
culpa minha, mas eu posso conviver com isso, Jack. Eu também pude conviver com
o que aconteceu. Eu me adaptei. Não pude salvar Teddy, mas salvei Lizzie. Eu
até me transformei numa super agente, alguém que possui “certo talento para a
arte da guerra”. Eu enfrentei Zumbis, Brandon, Barbra, enfrentei tudo isso. Eu
posso fazer isso. Eu descobri que sou forte o suficiente para enfrentar as
adversidades da vida. O que eu não consegui enfrentar foi o fato de que o homem
que eu amo me reduziu a uma fonte da cura, a um bem consumível...
-
Alexia...
-
Eu poderia estar ao seu lado, Jack, eu merecia estar ao seu lado. Se você
sobreviveu, eu poderia ter sobrevivido, mas ao invés disso, você me colocou num
maldito rotulo para me manter a “salvo”, não é Jack?
-
Eu quis te manter a salvo, Alexia.
-
Então porque mandou Casper me “dar” para Dantas...?
-
Porque...
-
Porque Lanister precisava do meu sangue. Eu sou um produto pra você, Jack. Você
não me ama. Você ama a ideia de uma cura para o povo. Nisso você é bom, Jack.
Você ama o seu povo. Ama essa fortaleza e é um excelente líder. É um bom homem
e eu compreendo tudo, perfeitamente. Mas eu não quero mais nada com você. Eu
sou sua agente, Jack e você é meu superior, meu chefe, alguém a quem respeito e
irei obedecer, mais nada.
-
Você está errada! – falou Jack, tentando mais uma vez se aproximar, mas Lex
espalmou uma mão em seu peito.
-
Acabou, Jack. Eu nem sei se havia começado, mas de qualquer forma acabou. Eu
estou muito feliz que você esteja a salvo. Eu quis morrer quando pensei que havia
te perdido. Mas já tenho problemas demais para perder tempo lutando contra
sentimentos que parecem nunca se resolver. Eu fui injusta por querer você pra
mim. Você é da fortaleza. Eu sei disso, agora.
ESCRITO POR - ELIS VIANA
DIREÇÃO DE ARTE -
MÁRCIO GABRIEL
DIREÇÃO - FÉLIX
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