Estava esparramado na cama. Miguel mal conseguia se sentar. Tinha uma grande dificuldade em movimentar as pernas. Já passava das dez da noite. De repente a porta da suíte ao lado se abriu e Angélica entrou. Estava usando uma roupa totalmente sensual. O sutiã era vermelho, assim como a calcinha. Ela se sentou ao lado do homem, na cama, que não deixou de notar o belo corpo de sua namorada. Principalmente os seios fartos.
– Por que está assim, Angélica?
– Pra nossa primeira noite de amor.
– Quer mesmo transar com um aleijado?
– Não! – Ela respondeu, colocando sobre a boca do homem seu dedo, e jogando seu corpo quente e macio em cima do dele. – Quero ter uma noite com o meu grande amor.
Angélica aproximou seus lábios aos dele. Um grande arrepio fez daquilo uma troca de sentimentos muito pura e avassaladora. Já se encontravam aos ‘amassos’. Ela tirou a camisa de Miguel, e passou as mãos em seu corpo, que tentava se contrair ao dela.
– Não se preocupe. Eu faço tudo. – Disse ela, confortando- o, e ajudando-o a tirar a calça. Rapidamente estavam despidos. Ela sorriu antes de dizer “Eu te amo”. Palavras que simbolizam algo muito bonito. Palavras usadas pela maioria dos casais, que talvez só falam, mas não praticam. Mas no caso dos dois, era realmente verdadeiro.
– Eu sinto que o nosso amor é puro e verdadeiro. Sinto que quando nossos corpos se entrelaçam, há um ritmo de emoções. Sinto que você é meu ideal. Sinto que você é meu homem. O meu homem. E assim como eu, espero que você me sinta como sua mulher, que a todo o momento, quer te fazer feliz. E transformar a sua vida em uma magnífica verdade. Sou toda sua. Se entregue como eu. Somos um casal de apaixonados, dispostos a enfrentar tudo e todos em busca do nosso objetivo: sentir nosso amor em lua cheia. – Bastaram essas palavras de Angélica para se tornarem ainda mais apaixonados.
Ele não parava de acender e apagar a luz do quarto. Aquilo começava a causar certa raiva em Eliana, que se levantou da cama, e pôs para fora a raiva.
– Dá pra parar com isso, cara? Pelo amor! Eu to aqui tentando achar um jeito da gente seguir com um plano e você fica aí que nem uma criancinha curiosa. Não quer ajudar? Não atrapalhe.
– Você está muito brava ultimamente. Só acho.
– Cê vai ver a chata se não calar essa boca e me deixar concentrar. – Disse após se sentar novamente na cama, pondo a mão no queixo, pensativa. Luigi se sentou ao seu lado. E começou a passar as mãos pelas coxas dela.
– Tira a mão daí! – Ela deu uma tapa nele.
– Tá, eu já tirei! – Ele se ajeitou por baixo do edredom e se cobriu. Eliana continuava pensando em alguma estratégia. Quando finalmente teve uma, levantou-se, hesitada. Olhou para o amante, e gritou:
– Já sei!
– Já sabe o que?
– Como acabar de vês com a Angélica, sem precisar acabar com a família feliz que ela tá morando.
– Como?
– Usando uma pessoa: o seu namorado.
Luigi não deixou de notar no rosto de Eliana a expressão em acabar logo de uma vez com aquilo. Cada vez ela se tornava pior. A sua maldade ficava ainda maior. Cada ideia era uma vantagem. Mas se um dia essa maldade toda for cair, será de uma vez só. Como um baque. Só algo muito bom para curá-la. Estava tomada por seus sentimentos horríveis.
Ela se olhava no espelho enquanto limpava atenciosamente as manchas de sangue em seu rosto. Usava um pequeno pedaço de algodão molhado em álcool. Melissa estava exausta. Precisava agora arranjar uma forma de poder acabar com Angélica sem que ela perceba, para evitar que coisas como aquelas voltem a acontecer.
– Desgraçada. Ainda me paga.
O sol voltou a brilhar. Eram mais de sete da manhã. A cidade de São Paulo amanheceu muito agitada, com muito engarrafamento. Xingamentos e bordões bastante usados predominavam no trânsito complicado, que se arrastava pela maioria das ruas da cidade paulistana.
– Sai da frente, lata velha! Preciso trabalhar. – Era um motorista.
– Acorda motorista! Tá dormindo, cassete? – Outro motorista.
Mas em meio a esse desespero dos motoristas, um casal se encontrava nas condições mais tranquilas, acabando de acordar e lembrando-se do grande momento que passaram na última noite. O que aconteceu foi simbólico.
– Foi uma grande noite. Obrigado, Angélica.
– Por que está agradecendo? – Ela perguntou a ele, fitando seus olhos. – Somos um futuro casal. Você foi a melhor coisa que me aconteceu, apesar de tudo. Mas volto a dizer: ainda não me esqueci daquele lance de voltar a ser miss.
– Ah não! – Ele se levantou. – Não começa, amor. Já disse pra esquecer isso. Vingança não é coisa de Deus. Esse negócio de “revenge” não leva ninguém a lugar algum.
– Já disso: não quero vingança. O que eu quero é voltar a ser a Angélica Waltsalles, a mulher loira e famosa, cobiçada por muitos fãs. Eu quero a fama de volta. Não aguento ficar aqui, escondida, sabendo que meus inimigos estão numa boa prontos para me atacar, porque sabem que eu to viva.
– Para! – Ela faz um sinal com a mão. – Que história é essa deles quererem te atacar? Me conta.
– Miguel, agora não...
– Agora sim, Angélica. Pode me contar. Como você ficou sabendo disso? Vai, pode falar.
– Olha, melhor não. Você não vai gostar e também...
– Conta!
– Se você quer saber, então eu conto logo. Mas não reclame da verdade. Acontece que foi sua irmã. A vagabunda da Melissa. Ela tirou umas fotos minhas e mostrou pra eles. A sua irmã quer me destruir, e você me disse que eu podia confiar em sua família. Agora, eu tenho que tomar todo o cuidado, sabendo que Eliana e Luigi podem estar planejando me matar, pois sabem onde eu estou.
COLABORADORES - LUIZ GUSTAVO E MÁRCIO GABRIEL
APOIO - VICTOR MARÇAL
DIREÇÃO DE ARTE - VICTOR MARÇAL e MÁRCIO GABRIEL
ESCRITO POR - WILLIAM ARAUJO
REALIZAÇÃO - TV VIRTUAL
© 2014 - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS