quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Pedras Preciosas - Capítulo 41



CENA 1. CLÍNICA DE ABORTO CLANDESTINA/ SALA DE ABORTO. INTERIOR. DIA 

Esmeralda sente um puxão súbito em suas pernas, sangue começa a escorrer delas sem parar. 

CAUÃ – Não Esmeralda! 

A parteira tira os objetos e vê que errou no corte. 

PARTEIRA – Por pouco! Meu Deus essa garota pode entrar em trabalho de parto! 

A parteira leva as mãos à cabeça, Cauã atônito diante de tudo, a parteira pega suas ferramentas e fica a encarar Esmeralda sem saber o que acontece. 

ESMERALDA – (Chorando compulsivamente) Meu filho! Não, eu não quero mais, diz pra mim que errou! 

PARTEIRA – Eu tenho que terminar o serviço, eu tenho que terminar. 

CAUÃ – Sai de perto dela sua carniceira nojenta! 

PARTEIRA – (Berrando) Segurança! Eu vou ter que acabar o serviço, se não você morre e eu to ferrada. 

ESMERALDA – PARA! Não faz isso! 

PARTEIRA – Cala a boca! Se der algo errado você morre e eu vou presa! 

A parteira fica prestes a inserir novamente o instrumento em Esmeralda, rapidamente Cauã parte para cima dela com tudo e a empurra, ela cai, batendo a cabeça que começa a sangrar desacordada. 

CAUÃ – Eu não posso permitir que isso termine assim, não mesmo! 

Cauã pega a maca de Esmeralda e começa a arrastar pela clínica, no salão todos os olham, Esmeralda sangra e chora compulsivamente. 

CAUÃ – UM MÉDICO! Eu preciso de ajuda! Eu preciso de ajuda! 

Um homem aproxima-se dele. 

HOMEM – Eu sou paramédico, ela precisa de um hospital urgente. Vamos, os levo no meu carro! 

O homem corre com Esmeralda na maca para o carro, ele abre a porta e coloca Esmeralda dentro, Cauã entra junto dela que começa a soar frio, muita tensão. O homem sai cantando pneu, todos a olhar tensos a situação. 

CENA 2. HOSPITAL/ QUARTO DE NATALIE. INTERIOR. DIA 

ROBERTO – Eu sou um antigo amigo dela por quê!? 

JONATHAN – Estranho. Ela não me disse que tinha amigos aqui na Espanha, muito menos você. 

ROBERTO – Ela também não me disse que fazia parte da sua quadrilha. 

JONATHAN – Pois é né… O que será que a Carlota acharia se eu contasse isso pra ela? 

ROBERTO – Cuidado Jonathan, cuidado com quem você mexe. Olha bem pra Natalie, pensa que você pode ficar bem pior do que ela. Eu já tirei tantas pedras do meu sapato, não me custaria NADA tirar mais uma! 

JONATHAN – O mesmo pra você Roberto. 

ROBERTO – Já estou de saída… Eu volto. 

Roberto sai, Jonathan fica possesso. 

JONATHAN – (Encarando Natalie) Ah Natalie é bom que você não tenha feito nenhuma parceria com ela, porque se eu descobrir isso… (Sussurrando) Você nunca mais vai sair desse coma. 

CENA 3. PENSÃO/ SALA. INTERIOR. DIA 

Cristal, Carlota na sala tensas. Andam de um lado para o outro sem saber o que fazer, até que o telefone toca, elas rapidamente atendem Cauã. 

CRISTAL – Alô Cauã, deu tudo certo!? 

CAUÃ – Não, eu evitei o aborto, mas a Esmeralda entrou em trabalho de parto, a gente tá indo pro hospital… Reza por nós Cristal. 

CRISTAL – Ai meu Deus! Eu vou pra aí agora! 

Cristal desliga, ela pega a bolsa, Carlota a observa tensa. 

CARLOTA – O que houve Cristal!? 

CRISTAL – A Esmeralda e o Cauã tão indo pro hospital, ela vai ter o bebê e vai ser agora! Só que o filho é prematuro! 

Carlota e Cristal em choque, apavoradas. Cristal sai correndo apavorada da pensão para ir em direção ao hospital. 

CENA 4. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. DIA/ TARD

Um dia tenso na capital espanhola. A tarde vem rapidamente deixando o dia de lado. 

CENA 5. MATERNIDADE/ CORREDOR. INTERIOR. TARDE 

Esmeralda no corredor já na maca sendo levada para a sala de parto onde será feito o parto, as contrações ficam cada vez mais fortes em Esmeralda, ao seu lado Cauã e Cristal que seguram sua mão. 

ESMERALDA – AH! Tá doendo muito! 

CAUÃ – Calma, vai ficar tudo bem, já já vai começar a cesaria. 

ESMERALDA – (Com a voz embaçada) Se eu morrer… 

CRISTAL – Não fala isso Esmeralda. (Com lágrimas nos olhos) Você vai se redimir, vai ficar tudo bem. 

ESMERALDA – Promete pra mim que vai cuidar dela Cristal, me promete! 

CRISTAL – (Chorando) Eu prometo! Eu juro, mas vai ficar tudo bem, vai ficar tudo bem! 

Os médicos continuam a correr, eles entram na sala de parto e fecham a porta. 

CENA 6. APARTAMENTO DE DERICK/ SALA. INTERIOR. TARDE 

Rosa e Derick na sala juntos, ambos extremamente tensos com a situação. 

ROSA – A Esmeralda tá parindo meu Deus!? 

DERICK – Tá sim! A situação tá feia pra todo mundo, to sentindo que o cerco tá se fechando e que algo vai acontecer. 

ROSA – Será que finalmente essa história tá perto do fim? 

DERICK – Quem sabe? Mas à custa de quê!? 

ROSA – Eis a questão. 

DERICK – Chega. Já que tá chegando tudo a seu fim mesmo, pois vamos lá, já tá na hora de você saber da verdade Rosa, da parte que envolve você nessa história minha e da Carlota. 

ROSA – Eu não quero mais saber de nada, cansei! 

Rosa tenta escapar, Derick se aproxima dela. 

DERICK – Agora você vai saber Rosa! O Roberto matou a tua mãe biológica à mando da Carlota e deu você e o Cauã pra ela criar! 

CENA 7. AEROPORTO DE MADRID/ DESEMBARQUE. INTERIOR. TARDE 

Júlia desembarca com suas diversas malas no aeroporto. Deslumbrante, com as diversas malas, ela tira o urso de pelúcia e o agarra, ela entra num táxi e parte rumo a sua velha casa. 

CENA 8. MATERNIDADE/ SALA DE PARTO. INTERIOR. TARDE 

Os médicos entram Esmeralda fica em forte trabalho de parto a todo instante, diversos médicos acompanham. Cauã e Cristal seguram firme na mão de Esmeralda. Ela berre e geme a todo instante. 

ESMERALDA – AH! 

CRISTAL – Força Cristal! Luta, você consegue! 

ENFERMEIRA – O bebê tá coroando! Força Esmeralda vamos lá! 

ESMERALDA – AH! Não to agüentando mais! 

Esmeralda começa a suspirar ofegante soando frios, seus batimentos aumentando cada vez mais, ela dá altos gemidos, até que ela dá mais um forte e duradouro, muita tensão na sala, começa-se a ouvir o choro da criança. Todos emocionados com o trabalho, Esmeralda exausta e ofegante. A enfermeira tira a criança. Esmeralda, Cauã e Cristal sorridentes e emocionados, eles seguram uns nas mãos dos outros felizes e em paz. A enfermeira tira a placenta e o cordão umbilical, o bebê, uma linda menina é colocada nas mãos da mãe. 

ENFERMEIRA – Sua filha! 

Esmeralda segura a criança encantada por segundos, uma lágrima de emoção escorre de seu rosto. Ela olha para Cristal e lhe oferece à criança. 

ESMERALDA – Segura… Ela também é a sua menina! 

Uma lágrima escorre do rosto de Cristal, ela coloca a criança em mãos e fica a olhar encantada. 

CAUÃ – Qual será o nome? 

ESMERALDA – Não sei… Nunca foi boa nisso. (Ri) Vamos mamãe, escolha você! 

CRISTAL – Débora! Débora Diniz Romero. 

Todos se olham em concordância e felizes. 

CENA 9. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. TARDE/ NOITE 

Cai uma noite fria e tensa em Madrid, agitação por todos os lados da grande capital. 

CENA 10. PORÃO. INTERIOR. NOITE 

O assassino no porão tenso, pensativo. Ele anda de um lado para o outro. Com a foto do bebê de Esmeralda em mãos. 

ASSASSINO – Eu tenho que fazer algo! Não importa o que tenha de ser feito, eu tenho uma meta e ela há de ser alcançada passando por cima de quem tiver de passar! 

CENA 11. MATERNIDADE/ QUARTO. INTERIOR. NOITE 

Esmeralda no quarto, sozinha por instantes. Ela fica tensa na cama, até que ela se lembra: 

ESMERALDA – QUEM ESTÁ AÍ? ANDA, REVELE-SE! 

ASSASSINO – Seu desejo é uma ordem! 

O assassino mascarado vira-se para Esmeralda, logo ele puxa a máscara. Esmeralda fica boquiaberta com o que vê. 

ESMERALDA – VOCÊ!? 

Esmeralda vira-se e começa a correr aflita, a arma do assassino dispara dois tiros, os passos desesperados de Esmeralda são intercalados pelas balas. Esmeralda se joga no chão para não ser atingida, logo a pessoa se aproxima dela que está em choque com a arma levantada para o alto. 

ASSASSINO – Vamos conversar, temos interesses em comum, lembra? Garanto que você não irá se arrepender. 

O assassino estende a mão para Esmeralda que se levanta, ela e o assassino caminham de volta ao galpão. Esmeralda encara a pessoa de cima a baixo tensa. 

Esmeralda para de se lembrar. 

ESMERALDA – O que há de acontecer daqui pra frente meu Deus!? Como que isso tudo vai acabar? 

CENA 12. HOSPITAL/ QUARTO DE NATALIE. INTERIOR. NOITE 

Natalie continuava na sala com os batimentos sendo monitorados, de repente ela começam a alterarem-se constantemente, subitamente seus olhos se abrem, Natalie acaba de sair do coma. Ela fica vários minutos e minutos olhando em torno de si mesma naquele quarto até entender a situação. Ela começa a apertar o botão para chamar os médicos com urgência, rapidamente entram 2 deles acompanhados de Jonathan, todos ficam perplexos. 

NATALIE – Eu acordei meus caros! Finalmente, estou de volta! 

CENA 13. CASA DE ROBERTO/ SALA. INTERIOR. NOITE 

Roberto tenso andando de um lado para o outro a espera de um telefonema. Até que o telefone toca, ele corre em cima e atende. 

ROBERTO – Alô, então quer dizer que foram mesmo enviadas as imagens da câmera de segurança daí pra Carlota!? Mas eu não falei pra destruir os arquivos seu animal!? Ela não pode nem sonhar que EU ajudei o Derick e a Cristal a acabarem com ela! Ah, você lamenta? Claro seu jumento não é você quem vai pra cova! Passar muito, muito, muito mal! 

Roberto desliga o telefone. 

Roberto abre o guarda-roupas apressado, ele tira duas malas e as deixa abertas. A todo instante flashs de mais flashs de seu passado vão passando em sua mente, o desespero toma conta dele que pega tudo o que vê e soca nas malas. Flashs de um casamento feliz com Keila, do nascimento de seus filhos Cauã e Rosa, da morte de Keila entre outros possuem a mente de Roberto. 

ROBERTO – Depois de tudo eu vou acabar na lama! (Com lágrimas nos olhos) Eu não mereço isso, não mesmo! 

CENA 14. APARTAMENTO DE DERICK/ SALA. INTERIOR. NOITE

Derick tenso ao lado de Rosa que está em choque. 

ROSA – Então essa é a minha verdadeira história! Foi isso que fizeram com a Cristal e com a Esmeralda no passado!? Que loucura meu Deus! 

DERICK – Tudo aconteceu assim. Você entende o porquê do meu ódio!? 

ROSA – Você escondeu isso uma vida inteira! Você deixou que a vida de pessoas se acabasse numa mentira suja e torpe o tempo inteiro! Você não presta também, você podia ter evitado você tinha que ter evitado! 

DERICK – Me perdoa! 

ROSA – Eu vou tirar satisfações, isso não acaba por aqui, não mesmo! 

CENA 15. MATERNIDADE/ CORREDOR. INTERIOR. NOITE 

O assassino anda pelo corredor naturalmente, abotoando a roupa de enfermeiro tenso, com um crachá falso, ele continua andando por instantes, passa por Cauã, Jack e Cristal que estão na sala de espera conversando descontraídos, ele lança um olhar sobre eles, até que por fim chega no berçário. Ele abre a porta e fecha, encontra uma outra enfermeira lá que acena e sai. Ele fica diante do filho de Esmeralda na incubadora, uma recém nascida frágil e saudável, ele abre a incubadora e pega a criança no colo. Uma lágrima escorre de seu rosto pela barbárie que está prestes a fazer. A pessoa respira fundo, rompe a pulseirinha da criança e joga dentro da incubadora, o assassino pega uma bolsa e abre colocando a pobre criança dentro, sem pestanejar ele a fecha, se recompõe de toda a emoção que sente e sai naturalmente levando a criança. 

CENA 16. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. NOITE/ MADRUGADA 

A música continua. A madrugada ferve em Madrid, a capital segue um ritmo frio e agitado como sempre, começa a cair uma forte tempestade na capital. 

CENA 17. MATERNIDADE/ QUARTO. INTERIOR. MADRUGADA 

Já se faz alta madrugada em Madrid, no quarto de Esmeralda estão ela, Cristal, Cauã e Jack, todos conversam descontraídos, num momento único de paz, até que uma enfermeira entra. 

ENFERMEIRA – Gente, roubaram o filho de vocês! 

Todos sem ação diante de tamanho choque. 

ESMERALDA – FOI ELE! Aquele assassino miserável, no fundo ele não queria que eu tivesse o filho, ia ser um encosto pra ele! Ele já tinha conseguido o que queria, ele não precisava! 

CAUÃ – Tá falando do quê Esmeralda!? 

ESMERALDA – O ASSASSINO ROUBOU NOSSO FILHO! Nós precisamos pegá-lo! 

CENA 18. RUA. EXTERIOR. MADRUGADA 

A madrugada continua extremamente chuvosa e fria perante uma rua ouve-se passos acelerados e choro de criança, a sombra do assassino projetada nas paredes e o choro ganha a rua misturada com o barulho da forte chuva, raios e trovões começam a assolar fortemente a cidade, flashs de memória vêm a mente do assassino; aquela situação já lhe era familiar. O assassino continua correndo pela rua com a criança, até que chega diante de um orfanato. Ele aproxima a criança enrolada num lençol do orfanato e a coloca na calçada enrolada num lençol em meio a forte tempestade, o choro começa a chamar atenção, o assassino foge correndo em disparada e entra em seu carro acelerando. 

CENA 19. HELIPORTO. INTERIOR. MADRUGADA 

Roberto no heliporto, ele se lembrava de Amanda e sua morte, um arrepio lhe vem à espinha, enquanto ele sobe em seu helicóptero a espera do piloto que chega em segundos. Ao mesmo tempo na direção do carro o assassino dirigindo à toda velocidade, ele para diante do heliporto armado, ele desce. Já se máscara, aparece o piloto em sua frente, ele é baleado e cai inconsciente, o assassino invade o heliporto. 

ASSASSINO – Há coisas que precisam ser feitas, não é mesmo!? 

O assassino continua andando, em seus lábios um utensílio de beleza constantemente usado por ele chama atenção, até que Roberto ao ouvir os passos vira-se de costas e depara-se com ele com a arma apontada em direção à ele, ele abre um sorriso cínico com os braços abertos. 

ROBERTO – Bem que você disse que me caçaria no inferno… É o fim, acabou? 

ASSASSINO – Pra você sim! 

ROBERTO – Me mata, vai, faz o serviço, te vejo no inferno CARLOTA! 

A cena congela em tons roxos em Carlota prestes a fazer a sua nova vítima. 

FIM DO CAPÍTULO