quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Reaper - 2ª Temporada - Episódio 20


VIGÉSIMO EPISÓDIO

DIE, WINCHESTER!
"MORRA, WINCHESTER!"

EPISÓDIO DO PONTO DE VISTA DE MILENA EM SEU PASSADO

Row, row, row your boat,
Gently down the street,
Merrily, merrily, merrily, merrily,
Life is but a dream.

Termino o meu desenho no centro de reabilitação. Antes do acidente, eu desenhava animais felizes e bichinhos de contos de fada com a maior facilidade e eu me sentia feliz com isso, mas então eu sofri um acidente de carro.
No presente, eu não me lembro de ninguém e nem de nenhum acontecimento, mas duas pessoas me visitam com frequência aqui no centro e eles me contaram a história detalhada do que aconteceu.
Aparentemente, eu estava voltando de uma caçada – seja lá o que isso for – e, junto com minha irmã, Kitana, roubamos um carro para escapar. Eu estava elétrica, cheia de adrenalina no corpo e não conseguia controlar meus sentidos, então, eu acabei jogando o carro de um precipício. Eu fui a única que sofreu sequelas do acidente, mas Kitana está bem, e ela e um cara sempre me visitam aqui.
Pelo que eu olhei na minha ficha, eu estou internada aqui a mais ou menos três meses. Nesse meio tempo, tudo o que eu tenho feito – ou o que me lembro de ter feito – é desenhar pessoas aleatórias que ficam brotando na minha mente, ainda está muito confuso. Ouço uma movimentação de pessoas e dois enfermeiros entram no meu quarto. Eles me pegam pelos braços e saem me arrastando pelo centro de reabilitação, com todos os funcionários, pacientes e visitantes horrorizados com a cena.

[,,,]

Sou jogada na parte de trás de uma van e os enfermeiros colocam amordaças na minha boca, amarram minhas mãos e começam a se despir. Dou um ataque de pânico dentro do carro e tento desesperadamente me soltar. Quando um dos enfermeiros já está apenas de roupas íntimas, ouço uma sequência de tiros.
Meu coração palpita e eu sinto várias balas passarem de raspão por minhas pernas, uma delas acerta a corda que prendia minhas mãos e eu tiro a amordaça da boca. Abro os olhos. Os dois enfermeiros estão caídos na van, cobertos de sangue, um deles com a cabeça completamente espatifada e eu vomito ao ver tudo aquilo. A porta da van se abre.
Um homem moreno estende a mão para mim e me puxa para fora da van. Ele carrega uma arma e me escolta até um carro preto que estava estacionado algumas quadras daqui.
— Quem é você? – Pergunto.
— Alguém que é melhor você não saber o nome. – Ele responde.

[...]

A viagem dura horas. Não faço ideia de quem são ou para onde estão me levando, e isso me assusta demais. Kitana, Jared, onde vocês estão? Olho pela janela do carro e vejo um caminhão se aproximando.
— Ai meu Deus! – Grito.
Atiro-me no chão do carro e os eventos seguintes passaram muito rápido. O caminhão bateu na parte lateral do carro oposta a onde eu estava, e arremessou o veículo, que deu duas voltas no ar antes de capotar três vezes no acostamento.
Para a minha sorte, eu não fui atingida por boa parte do impacto, mas tenho certeza absoluta que minha perna sofreu algum tipo de dano, pois sinto algo perfurando a minha carne. O carro está parado de cabeça para baixo, e eu, coberta de sangue.
Arrasto-me para fora do veículo, com meu corpo ensanguentado passando por cima dos estilhaços de vidro até encontrar uma grama molhada onde eu posso deitar e examinar tudo com mais calma. Assim que me sento na grama, olho para a perna e vejo uma lasca da porta do carro cravada na minha perna e arranco-a o mais cuidadosamente possível, e mesmo assim, o sangue jorra ferozmente.
Tento gritar de dor, mas sei que não vai adiantar muito, então deito na grama e sinto a temperatura baixar. A princípio, achei que era o meu corpo morrendo aos poucos, mas então senti algo pousar sobre meu braço, depois, sobre minha perna, e logo estava tudo coberto de branco. A neve me engole aos poucos, o que faz com que o ferimento fique paralisado por hora.
Ouço um barulho de vários carros e de cantar de pneus. Vários tiros são disparados e o barulho de um helicóptero quase me ensurdece. Tento me levantar para ver o que está acontecendo e percebo que não consigo enxergar bem. Está tudo turvo. Alguém injeta alguma coisa em mim e meus sentidos se recuperam quase que imediatamente. Meu ferimento é restaurado.
— Vamos acabar com eles.
— Kitana? – Pergunto.
— Winchesters nunca abandonam uns aos outros. – Ela me entrega duas adagas – Faça bom uso disso.
Kitana corre e utiliza leques e outros tipos de armas para brigar com os homens de preto. Não faço ideia do que está acontecendo e recebo um tiro de raspão na cintura. Acho que a injeção ainda está funcionando, pois não sinto absolutamente nada. Olho para o lado oposto e vejo Jared com um bastão de madeira luminoso, lutando contra quatro homens que disparam constantemente contra ele.
Quem nós somos?
Olho para as adagas. Memórias vêm à minha mente.
Flashes brotam em meus pensamentos. Aventuras lendárias, batalhas, missões, casos, tudo o que os Winchesters são e tudo que nosso clã já passou. Eu sei quem sou. Eu sei o que sou. Eu sou uma Winchester.
E eu sou uma caçadora muito foda.
Vejo uma porta ao meu lado, o que não faz sentido algum considerando o ambiente onde estou. Sei que preciso voltar. Sei que Chase e os outros precisam de mim, mas nesse exato momento, meus irmãos precisam de mim, e eu não vou desapontá-los. Entro na briga.

[...]

— Chase, o que está acontecendo? Por que a Milena não voltou?! – E.D. me pergunta, atordoado.
— Eu não faço ideia. Todos estão desacordados exceto por nós dois. Eu sei que eles estão cumprindo seus deveres no fundo de suas mentes, mas com a Milena há algo de errado. Ela está mais... Transparente.
E num piscar de olhos, o corpo de Milena começa a brilhar. Afasto-me dela e empurro E.D. para trás. Seu corpo toma uma coloração amarelada, em seguida, vira uma espécie de pó dourado e sobe rumo ao topo do inferno.
— O que foi isso? – E.D. questiona.

— Ela está morta. Pra valer dessa vez. – Respondo, com um nó na garganta.


DIREÇÃO DE ARTE - MÁRCIO GABRIEL, FÉLIX E WALTER HUGO
ESCRITO POR - WALTER HUGO
REALIZAÇÃO - TV VIRTUAL
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.