DÉCIMO PRIMEIRO EPISÓDIO
HELL MOUTH
"NA BOCA DO INFERNO"
Acordo com todos
me rodeando com olhares espantados. Minhas mãos estão trêmulas e eu estou
suando frio. Olho para as minhas mãos e minha pele está pálida. Demoro mais ou menos
um minuto até perceber que eu tive um pesadelo.
— O que
aconteceu? – Pergunto.
— Você começou a
gritar que nem um maluco e quando te vimos, você estava se debatendo no chão.
Parecia um ataque epiléptico. – Aaron me responde.
— Já está quase
amanhecendo. É melhor irmos andando. – Íris resmunga.
[...]
Enquanto
andamos, dou uma parada para verificar a arma a laser. Ainda tem duas cargas
sobrando. O bastão que Luna me deu também só tem duas cargas. Eu poderia
simplesmente pedir à ela que aumentasse as cargas do bastão, mas o cajado dela
já está quase sem energia, e isso acabaria nos atrasando muito.
Por mais cinco
dias, essa rotina incansável se repete. Nós andamos o dia todo e quando
anoitece, paramos para dormir. Só comemos ao amanhecer, quando Silas traz
animais que ele conseguiu capturar. Todas as noites, lembro-me das mortes de
E.D., Ryan, Sara, Zoe e até mesmo da morte de Ariel. Por mais que eu tenha
certeza de ter destroçado seu corpo ao meio, ainda tenho receio que não estou
completamente livre de Ariel.
Lembro também do
início da guerra. Como eu queria arranjar um abrigo para Chloe e Sleepy, que
haviam sido jogados nesse mundo sem a menor escolha. Lembro-me da minha mãe e
da minha avó, mas evito pensar muito nelas, ou até mesmo me importar com elas,
pois foi assim que Chloe veio parar aqui.
E então, uma
coisa me incomoda.
Katherine.
Minha mãe nunca
mencionou que teve uma filha. Nem ao menos uma vez eu ouvi-la falando o nome
Katherine. Além disso, a julgar pela aparência madura dela, diria que ela é
mais ou menos oito anos mais velha que eu.
Então, acho mais
provável à teoria de que Katherine não é cem por cento minha irmã. Acredito que
ela seja minha irmã por parte de pai, afinal de contas, o sobrenome de solteira
da minha mãe não é Davenport.
Mesmo assim, que
motivos Morte teria para perseguir Katherine? Eu sei que foi um sonho, mas foi
tudo intensamente real, como se eu estivesse lá.
— É ali. – Aaron
aponta para frente.
Olhamos um
labirinto com um tamanho tão grande que daria para criar uma civilização ali
dentro. Só há uma entrada, mas segundo Aaron, há várias saídas. Aaron se
despede de nós e dá meia volta para seguir seu próprio caminho.
Escuto um grito.
Aaron começa a
correr em nossa direção e grita para que entremos no labirinto o mais rápido
possível, e assim fazemos.
Entramos no
labirinto e os galhos secos trancam a passagem entre nós e a saída.
— O exército de
Morte está vindo. – Aaron diz.
DIREÇÃO DE ARTE - MÁRCIO GABRIEL, FÉLIX E WALTER HUGO
ESCRITO POR - WALTER HUGO
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