quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Assim que Amanhecer - Capítulo 01




São Paulo. Agosto de 2012.


A linda moça loira esperava ansiosa dentro de um luxuoso carro a volta de seu amante, Luigi. Ela era dolorosamente atraente. Seus belos olhos cor de mel e os cabelos loiros completamente lisos davam para ela um ar de atrevimento irresistível. Por fim, o homem voltou, entrou no carro e se sentou, beijando calorosamente a boca de ‘Bianca’, que depois de passar uma das mãos nas coxas do cara ao seu lado, disse:
– Vamos para o hotel, vamos? To louca de saudade de você, gato.
Ele não precisou responder, apenas entregou à moça a bebida que foi comprar na lanchonete ao lado, e deu partida no carro.
       São Paulo estava iluminado, e em todos os telões dos enormes prédios estava estampado o rosto de uma mulher: Angélica Waltsalles, que por sinal, era a esposa do cafajeste que levava em seu carro novo a sua amante, Bianca, que percebeu que Luigi dirigia para outro lugar. Não estava a levando para um hotel. E sim: para um beco. O desespero tomou conta da loira quando percebeu que o homem havia freado o carro. Luigi arrancou de um dos bolsos de sua calça social, um revólver, e mirou para o pescoço de Bianca:
      – Confessa que tu é da laia da Angélica! Confessa que ela mandou tu me vigiar! Confessa vadia! Confessa!
Ela ficou sem expressão. Mas quando percebeu que a arma mirada em seu pescoço deixava uma marca, e que não havia pessoas ali, – O que fazia as chances dela ser morta pelo amante aumentarem – Ela resolveu abrir o jogo:
– Cara, é verdade: eu sou contratada da Angélica. Ela mandou eu te seguir e...
Foi interrompida pelo tiro que levou entre os seios. Luigi tinha que se apressar. Precisou acelerar o carro para se livrar do corpo da vítima, enquanto o sangue da última escorria pela poltrona onde ela estava sentada.


Angélica tomava um relaxante banho de chuveiro. A água morna que caía em seu rosto angelical aperfeiçoava ainda mais o seu charme e sua sedução. O sabonete francês que usava possuía um cheiro impactante, com um delicioso aroma de pétalas vermelhas. Por fim, terminou o banho e se enrolou na toalha. Secou seus cabelos loiros e finalmente pode se vestir. Escolheu um vestido vermelho e curto. E se sentou na cama, esperando seu marido.
Não demorou muito e Luigi chegou ao estacionamento do prédio. Antes de sair do carro, deu uma olhada na poltrona ao lado. Estava limpa. O lavador pra qual ele levou seu veículo serviu de alguma coisa.
Entrou no apartamento de sua esposa. Viu que ela não estava na sala. Foi para o quarto, tirando a gravata – Pois só andava de terno. E viu a linda mulher o encarando. O vestido que usava fazia um tom mais branco para seu corpo, que foi tocado pelas mãos de Luigi.
– Ainda me esperando, querida?
– Minha obrigação é esperar meu marido. – Disse ela, jogando seu charme pra cima dele.
– Eu to com saudades de você... Muita. Do seu cheiro, do seu corpo. – Ele falou enquanto passava as mãos no último, podendo sentir cada pedaço de Angélica.
– Então venha! – Disse ela empurrando o marido e erguendo um lado do vestido, para fazer com que ele visse suas belas pernas – Eu sou toda sua! Toda!
E ele a pegou por um dos braços e a jogou na cama. Rapidamente os dois estavam despidos e prontos para mais uma noite de amor. Ela tocou nas mãos do marido enquanto sentia o corpo do parceiro, e percebeu que ele estava sem aliança. “Cafajeste. Algo te aguarda Luigi”. – Pensou ela, sem ao menos se tocar que ele fazia o mesmo: “Desgraçada. Não perde por esperar”.




A manhã estava fria e calma. O pequeno movimento dos carros na rua do prédio luxuoso não mostrava o que São Paulo realmente era: uma cidade agitada a todo o momento. Angélica olhava o corpo do marido deitado na cama, encantada com sua beleza, mas constrangida com sua canalhice. Levantou-se e pegou o celular. Encontrou o nome ‘Bianca’ e colocou para chamar. Ninguém atendeu.
– Onde ela foi se meter? Devia ter ao menos mandado uma mensagem.
– Falando sozinha, Angélica? – Foi a pergunta do marido, que já havia acordado e estava de olho na esposa. – Falando de quem?
– De ninguém amor... – Ela se aproximou dele, sentando na cama e mudando de assunto – Acha mesmo que irei me dar bem no concurso de hoje? Estou tão apreensiva... Com medo!
– Nem precisa. Tu vai ganhar esse prêmio, gata. Angélica Waltsalles: a nova miss universo.
– Às vezes eu fico me perguntando: o que fiz pra te merecer? – Ela disse, disfarçando o que realmente pensava do homem.
Luigi apenas sorriu para ela, fechando os olhos e voltando a dormir. Dentro de poucas horas deveria por em prática um plano guardado durante muito tempo, e a sete chaves.


    Uma mulher sentada em um lugar dos fundos, em um dos restaurantes mais baratos de São Paulo, esperava desesperadamente por um homem. Escolhera o lugar para almoçar e conversar com o último pelo motivo de gente rica não frequentar – apesar de ela ser uma riquíssima herdeira. Seu nome era Eliana Waltsalles. Mais conhecida como “a irmã de Angélica Waltsalles”.
    Finalmente o homem, o qual ela esperava, chegou, e se sentou em sua frente. Ele teve vontade de beijá-la, mas não era apropriado. Quem garantia que não havia espiões contratados de Angélica vendo tudo? Mas decidiram colocar o assunto em dia, já que Eliana já tinha pedido a comida.
    – Eu queria te beijar também... Mas cê sabe! Enfim... É hoje, cara!
Ele passou as mãos no cabelo, e respondeu:
    – Eliana, tem certeza?
   – Óbvio que sim! Esperei esse tempo todo pra isso. Você me prometeu, ‘Luigi’. Prometeu que me ajudaria com esse plano desde que eu o inventei. E quero que ele seja como planejei.

            

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ESCRITO POR - WILLIAM ARAUJO

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